Discurso do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, , no almoço oferecido pelo Rei Guilherme Alexandre, por ocasião da Visita Oficial ao Reino dos Países Baixos.

Sua Majestade Guilherme Alexandre, Rei do Reino dos Países Baixos;
Sua Majestade Máxima Cerruti, Rainha dos Países Baixos;

Distintos Convidados;
Minhas Senhoras e Meus Senhores.

Antes de proferir esta intervenção quero, em nome de todo o Povo Moçambicano, do meu Governo, da delegação que me acompanha, da minha esposa e meu próprio, felicitar Vossa Majestade Rainha pelo Vosso aniversário que aconteceu, precisamente no primeiro dia da nossa primeira visita na qualidade de Chefe de Estado ao Vosso belo país. 
É caso para dizer: Muitos Parabéns, muitos anos de vida, mais amigos e melhores venturas! 
Permitam-nos, igualmente, exprimir o nosso mais profundo apreço pela calorosa recepção com que nos brindam, desde a nossa chegada ao Reino da Holanda, parceiro de cooperação e país amigo de Moçambique de longa data.
Este Reino é um símbolo do génio humano e determinação de não se resignar perante as contrariedades da natureza. 
Neste Reino, o homem molda a natureza, viabilizando-a para o seu benefício numa demonstração da singularidade deste povo do qual muito temos a aprender.
Saudamos, por isso, e agradecemos ao Governo e ao povo holandês pelo interesse em manter a chama das relações históricas de amizade acesa, através de actos, visando a sua melhoria cada dia que passa.

Sua Majestade,
Moçambique e o Reino dos Países Baixos estão unidos por laços de amizade e cooperação, profundamente enraizados.
As nossas relações foram ganhando impulso à medida que trilhávamos os sinuosos caminhos da nossa epopeica luta pela independência. 
Foi neste contexto que, logo que se materializou o nosso sonho de uma Nação emancipada, em 1975, as holandesas e os holandeses, quer através do Governo, quer por intermédio de organizações da sociedade civil e mesmo, individualmente, mobilizaram-se para apoiar a nossa jovem nação. 
Por isso, viemos mais uma vez a Holanda para deixar registados, com letras douradas, a gratidão e o reconhecimento do povo moçambicano, pelo inequívoco e solidário apoio político e humanitário deste grande país durante essa luta. 
É por isso que dizemos, de viva voz, que entre muitos dos nossos amigos, o povo Holandês merece uma referência especial. 
À Casa Real holandesa, reconhecemos, de forma particular, a amizade e o carinho que têm sido o expoente máximo desta relação genuína com o povo de Moçambique. 

Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Hoje, podemos dizer, com orgulho e satisfação, que o contributo da Holanda e dos holandeses, de forma muito especial de Sua Majestade a Princesa Beatriz, Vossa mãe e de Vossa Majestade, um incondicional amigo de Moçambique, tem sido fundamental na transformação dos anseios dos moçambicanos numa realidade de paz, democracia, prosperidade e bem-estar em que nos engajamos a cada dia. 
Não nos cansaremos, pois, de dizer Dank je wel, Nederland! (Muitíssimo obrigado, Holanda!)

Sua Majestade,
Minhas Senhoras e Meus Senhores!
Não conseguiria produzir uma lista do tipo de apoios que o Reino da Holanda tem estado a conceder à Moçambique.
Entretanto, a nossa mensagem estaria incompleta, se não mencionássemos, em agradecimento, o apoio ao Orçamento do Estado que ao longo dos anos fomos beneficiando.
O Reino dos Países Baixos está entre os países que lideraram os esforços que levaram à adopção dos agora denominados Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, constantes na Agenda 2030, que assumem a ambição de mudar o mundo para melhor. 
Não obstante, a sua nobreza e premência, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, correm o risco de não conseguir, até 2030, alterar o cenário de pobreza, fome e desigualdade, comum nas nossas sociedades.
Precisamos de tomadar medidas decisivas e eficazes, incluindo a previsibilidade no financiamento das actividades propostas. 
Esta realidade não deve ser permitida porque tem o potencial de alastrar-se para além das fronteiras nacionais e continentais, ameaçando a paz e segurança internacionais. 
Por isso, este é o momento de agir e a Holanda tem constituído um bom exemplo a seguir por parte de todos os nossos amigos e parceiros!
Queremos recordar que a Meta 13, dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, refere-se à necessidade de tomada de medidas para mitigar o impacto das mudanças climáticas.
Trata-se de uma meta tão relevante para Moçambique que, de forma cíclica, vive efeitos gritantes de calamidades naturais que, causando mortes, deslocações das populações das suas zonas de origem, mortes de animais, destruição de bens e de infra-estruturas económicas e sociais. 
Constitui nossa grande preocupação construir a nossa própria capaciadade de gestão ambiental com enfoque para a água, face às frequentes inundações e estiagem através de infra-estruturas adequadas e outros meios.
As calamidades naturais deixam patente que, tal como o direito à liberdade e auto-determinação, o direito de não ser pobre, não ter fome e não ser vulnerável é, também, um direito humano universal a ser defendido.
Viemos assim, partilhar esses desafios de desenvolvimento com a Holanda, nosso amigo de longa data e parceiro consistente. 
Neste diapasão, urge elevar o nível das nossas relações de amizade e cooperação através:
 do reforço e diversificação da cooperação bilateral;
 da parceria em defesa da nossa causa de desenvolvimento sustentável e inclusivo; e 
 da promoção de maiores fluxos de investimento privado dos Países Baixos para Moçambique.
Moçambique é um país com muitos recursos naturais ainda não explorados e por descobrir. 
Precisamos de conservar os recursos e explorar de forma rentável e sustentável. 
Nesta frente, contamos mais uma vez com o nosso amigo natural, a Holanda.

Sua Majestade,
Ilustres convidados!
Continuaremos a trabalhar de forma incansável com todas as forças vivas da sociedade e ouvindo os conselhos construtivos dos nossos amigos e parceiros, como a Holanda, para que as boas práticas de governação, o legado de paz e estabilidade sejam preservados, para que Moçambique continue a registar um crescimento assinalável. 
A terminar, permitam-nos, uma vez mais, agradecer por todo o apoio e simpatia, que a Holanda tem demonstrado por Moçambique, desde os primórdios da luta de libertação nacional até ao processo de crescimento, desenvolvimento económico e social sustentável e inclusivo.
Apesar das dificuldades conjunturais que possamos estar a enfrentar, as excelentes relações de amizade, cooperação e solidariedade entre Moçambique e a Holanda constituem para nós, um compromisso estratégico. 
Reiterando a nossa expectativa de ver a nossa amizade a alcançar novos patamares, gostaria de ter a singular honra de propor um brinde:
 À amizade, solidariedade e cooperação entre Moçambique e os Países Baixos;
 À boa saúde e longa vida a Sua Majestade o Rei Guilherme e sua estimada família;
 À paz e prosperidade para toda a humanidade.

Muito obrigado pela atenção dispensada!